Em um certo bosque, num certo lugar do planeta, morava uma cobra e um vagalume. Um dia a cobra decidiu que comeria o vagalume e, assim, começou a persegui-lo, rastejando pelas copas das árvores e pelo chão cheio de folhagem.
Por três dias e três noites o vagalume pôde voar e fugir da temível predadora, mas, já cansado, teve que parar para um descanso. Como sabia que seria devorado pela peçonhenta, quando ela se aproximou para abocanhá-lo, pediu-lhe três perguntas antes de morrer.
A cobra pensou, pensou... Não era do tipo que concedia desejos aos outros, mas como o pirilampo já estava para ser comido mesmo, deixou-o perguntar o que queria.
_Cobra, eu faço parte de sua cadeia alimentar? - ele perguntou.
_Não. Não faz.
_Cobra, eu lhe fiz algum mal? - perguntou novamente.
_Não. Não fez.
_Então por quê, Cobra? - ele disse, enfim, crente que talvez pudesse amolecer o coração frio da cobra.
_Porque, vagalume, eu não suporto lhe ver brilhar...
Iselo*
Nesse mundo está cheio de cobras invejando o brilho alheio.
ResponderExcluirConto com itenso fundo moral.Espero que as "cobras" do nosso dia a dia entendam a deixa.
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