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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ano Novo,Tudo de Novo

Feriadão de início de ano. Dois dias antes da véspera,saí de Londres com minha "adorável" mãe a caminho do meu ensolarado Brasil.
Estava radiante, mas muito nervoso também.
No Bolso do meu jeans desbotado estava guardado algo que mudaria para sempre a minha vida, o que poderia ser imensamente espetacular ou tragicamente triste. Tudo dependeria da resposta dela... Meu coração...
Para variar, nosso voo estava atrasado.
Peguei minha guitarra e comecei a tocar "More than Words". Até minha mãe acha que essa música fica melhor no violão, mas sou ótimo com uma guitarra e, com meu timbre perfeito, a música ficou show.
De repente um grupo começou a se formar à minha frente.Pedidos de "play that music..." surgiam a cada instante.
Nem vimos o tempo passar e, depois de duas horas esperando, finalmente chamaram nosso voo.
Estômago mais gelado que o tempo londrino, tomamos nossos lugares e depois de intermináveis 11 horas turbulentas de voo, chegamos à Cumbica.
"Agora falta pouco" - pensei, todo eufórico, para logo em seguida receber um baldaço de água fria. Não íamos para São José dos Campos ainda.Só no dia 01/01/11.
"Saco", pensei em pensamento junto com mais uns trocentos palavrões em inglês e italiano.
Ok,ok... É só mais um dia. O que pode dar errado?

Tudo. Descobri no dia seguinte.Minha mãe brigou com meu pai que não queria viajar para SJCampos e, por consequência não queria me deixar ir. Liguei pra vó.
Algumas avós são o máximo. A minha é bem legalzinha.Fez uma chantagem básica e lá fomos nós a caminho de São José dos Campos.Meu irmão tinha outras prioridades e deu um jeito de não ir,mas tudo bem.O inferno pessoal dele é tão quente quanto o meu.
Na saída da Marginal, o maior pé d'agua. Pensei "nela" na piscina. Uma coisa leva a outra e comecei relembrar nossa conversa...Aumentei o ar condicionado do carro.Meu pai olhou pra mim com cara de "essa puberdade é fogo", mas não disse nada. Mal sabe ele o quanto estava próximo da verdade.
Pegamos um trânsito louco na Dutra. Comecei a ficar irritado. Minha mãe,do banco traseiro,só reclamava. O clima estava ótimo.
Resolvi me desligar deles e entrar no meu mundo. Meu e dela...
Revi em minha mente momentos suaves, intensos,tórridos... Fiquei numa situação complicada e tive que disfarçar. Essa linha de pensamento não estava ajudando em nada.
Duas horas a mais num percurso de 50 minutos no máximo, chegamos ao prédio dela... e meu - até que minha mãe descubra que o castigo na verdade foi um presente. Com toda minha pose de futuro morador e ajudado pela minbha avó, fui atrás do meu objetivo. O objetivo não estava lá.
Fiquei atônito. Inacreditável. A insegurança bateu. "Será que ela não me quer mais?","Será que aconteceu alguma coisa?" "Ela sabia que eu viria,por que então não está aqui?".
Dei um perdido nos meus pais e até na minha avó e fui para a casa da Foka Loka, minha prima por afinição. A Foka Loka também não estava. "Deve ser um complô dos Cosmos", pensei, mais fulo da vida ainda.
Lá estava eu na antiga rua da minha avó, molhado até os ossos, em pleno feriado de início de ano,terrivelmente sozinho.
Depois de quase duas horas sentado no portão da Foka Loka , parecendo um cachorro molhado que caiu da mudança, a vizinha chegou da igreja ( ela adora uma igreja ) e me salvou da chuva e do vento frio.
Mais duas horas de puro tédio depois, sem aguentar ficar parado, fui para a garagem brincar de "acerte o cachorro da vizinho com uma bola de basquete e diminua sua frustação", eis que vejo o carro do pai da Foka Loka encostar.
A maluca saiu do carro, olhou para minha cara e saiu correndo feito uma doida.
Fiquei sem ação. "Que menina maluca". A vontade que tive foi de deixar o cachorro em paz e acertar umas mil bolas de basquete na foka.
O pai dela - milagres de início de ano - falou comigo. Acho que sentiu pena ou talvez estivesse achando graça , pela cara de zombação dele.
Disse pra ele mandar um abraço para a maluca da filha e me mandei.

No voo de volta para Londres, fiquei brincando com a caixinha que estava no bolso.
A aeromoça viu e ficou toda encantada quando a deixei ver o conteúdo.
__ Que lindo - disse ela - Espero que "ela" saiba a sorte que tem. Minha mãe, na poltrona atrás da minha, tentou ver o que deixou a aeromoça tão ouriçada.
Não deixei. Guardei a caixinha novamente no bolso, para um dia,ainda nessa vida, espero,poder entregar à legítima dona. A mulher da minha vida. Meu coração...

10 comentários:

  1. Que conto lindo. É tão intenso que parece real.Eu não deixaria o amor da minha vida sozinho no ano novo nem que tivesse que fugir.

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  2. Protexto contra "ela sabia que eu viria"

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  3. Protesto é com "s" por favor ¬¬ Oh, como o amor é sofrido. E vc é um pervertido, tsc, tsc...

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  4. Na verdade eu quis dizer que é Pro texto... para o texto.. er... cof cof! uhauahuahauha

    *rimou, ana*

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  5. Droga rimei D: É que do jeito que vc falou parecia protesto...

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  6. Pelo menos foi isso que dizia "seu email"

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  7. Putz, ana! Vou te bater! -.-'
    --
    Todo ano novo (sem exceções) eu vou para o litoral (normalmente contra minha vontade). Virou tradição... =/

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  8. Temos que mudar essa tradição,coração...

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  9. Será que... Não, não. Acho que quebrar o outro pé não seria boa ideia =/

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